Ao invés de chamar o que houve entre nós de relacionamento, eu chamo de
ringue. Entramos involuntariamente nesse ringue e desprezamos nossas porradas. Por que é que a gente gostava tanto dessas porradas? Nós éramos um casal masoquista? Cheguei à conclusão de que o nosso prazer na nossa própria dor nos fadou ao fim. Nos agarramos à ideia de que é normal tratar um ao outro como saco de pancadas. Nós mesmos nos conduzimos, sem vendas nos olhos, a esse sofrimento mútuo e deixamos nossos hematomas virarem arte – apenas aos nossos olhos. Se alguém perguntar quem foi o culpado, não precisa mentir ou desconversar, pode confessar, pode atribuir a culpa a nós mesmos.
E agora você ainda me pergunta como é que repara tudo isso? Não tem reparo. Não há como consertar, remendar ou remediar. Não há como pegar um colete à prova de balas depois que
as balas já foram atiradas. Acorda! Depois de tantos alarmes falsos, sabe quem vai querer nos salvar? Ninguém. É até irônico querer que terceiros nos salvem de nós mesmos.... A gente tinha que ter previsto.
situação cotidiana de muitos casais rs
ResponderExcluirgostei mt
ResponderExcluir