A gente tinha que ter previsto



Nós não tínhamos que ter previsto antes? Nosso problema foi insistir em ignorar a nossa parte consciente. Aquela parte que anunciava que ia dar nisso, que iríamos sair bombardeados e agonizando desse jeito... A gente não tinha que ter deduzido que a nossa negligência nos causaria traumas permanentes?

Ao invés de chamar o que houve entre nós de relacionamento, eu chamo de ringue. Entramos involuntariamente nesse ringue e desprezamos nossas porradas. Por que é que a gente gostava tanto dessas porradas? Nós éramos um casal masoquista? Cheguei à conclusão de que o nosso prazer na nossa própria dor nos fadou ao fim. Nos agarramos à ideia de que é normal tratar um ao outro como saco de pancadas. Nós mesmos nos conduzimos, sem vendas nos olhos, a esse sofrimento mútuo e deixamos nossos hematomas virarem arte – apenas aos nossos olhos. Se alguém perguntar quem foi o culpado, não precisa mentir ou desconversar, pode confessar, pode atribuir a culpa a nós mesmos.

E agora você ainda me pergunta como é que repara tudo isso? Não tem reparo. Não há como consertar, remendar ou remediar. Não há como pegar um colete à prova de balas depois que as balas já foram atiradas. Acorda! Depois de tantos alarmes falsos, sabe quem vai querer nos salvar? Ninguém. É até irônico querer que terceiros nos salvem de nós mesmos.... A gente tinha que ter previsto.

Comente com o Facebook:

(se você não tem Facebook, desça a página e comente apenas com seu nome ou em anônimo!)

2 comentários

Não resolvo parcerias e/ou assuntos posteriores pelos comentários, somente pelo menu "Contato" ou pelo e-mail gabibastoscontato@gmail.com